Foto: Brigada Militar (Divulgação)
O furto de fios e cabos tem se tornado um crime recorrente em Santa Maria. Para combater esse tipo de delito, a Brigada Militar, por meio do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), vem intensificando ações conjuntas com outros órgãos de segurança e fiscalização. Segundo o comandante da unidade, tenente-coronel Marcus Giovani Mello da Silva, o problema é recorrente e exige atuação constante.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
- É um fato que estamos sempre em monitoramento. Infelizmente, o furto de fios e cabos em Santa Maria tem se repetido sistematicamente. Desde o início do ano, nós planejamos e executamos operações na cidade de forma integrada também com outras instituições, como o Batalhão Ambiental, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Guarda Municipal e agentes da prefeitura, para tentar coibir esse tipo de delito que é recorrente - afirma o comandante.
De acordo com o tenente-coronel, a maioria dos autores dos furtos está ligada ao consumo de entorpecentes.
- Infelizmente, nós temos uma mazela na sociedade que é o consumo de drogas. A maioria dos autores de furto de fios e cabos na cidade é de usuários. Então, nós temos essa busca constante, diária, desses indivíduos por um material que possa ser trocado diretamente por entorpecente - explicou.
Com o apoio do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), os locais onde ocorre a receptação de fios e cabos — como sucatas, pontos de reciclagem e locais de troca por drogas — são mapeados para subsidiar as ações das forças de segurança.
- Nós mapeamos, juntamente com o Ciosp, os locais onde pode haver troca desse material e sistematicamente planejamos operações conjuntas para tentar coibir o delito e responsabilizar as pessoas envolvidas, principalmente os receptadores - reforçou Mello.
Operações semanais e foco em receptadores
Segundo o comandante, o 1º RPMon realiza operações semanais com o apoio do Batalhão Ambiental e da Polícia Civil. Essas ações têm como foco tanto os autores dos furtos quanto quem compra o material ilícito.
- Sim, nós temos semanalmente operações especiais com o Batalhão Ambiental, que participa constantemente conosco com o olhar voltado para os crimes ambientais, mas também para os delitos relacionados a fios e cabos. Muitas vezes, a Polícia Civil participa buscando autoria e materialidade para responsabilizar os indivíduos nos inquéritos policiais - explicou.

O tenente-coronel destaca que, até o final do ano, as operações serão intensificadas, com o objetivo de desarticular os pontos de receptação e coibir o ciclo criminoso.
- Queremos coibir não só o usuário que troca a peça furtada e causa prejuízo para a população, mas também o receptador que sabe que está comprando ou trocando um produto furtado, como fios de cobre e materiais oriundos da telefonia. Esse ciclo só se mantém porque há quem compre - ressaltou.
Penas variam conforme o tipo de receptação
Conforme o comandante, a receptação de produtos furtados tem diferentes graus de punição previstos no Código Penal.
- A forma simples de receptação prevê pena de um a quatro anos de reclusão. Já a qualificada, quando a pessoa industrializa ou comercializa o produto sabendo da origem ilícita, vai de três a oito anos. Existe ainda a forma culposa, quando o comprador alega boa-fé, mas o preço é muito inferior ao de mercado — ainda assim é crime. Mesmo que a pena seja menor, a pessoa terá ficha criminal e responderá judicialmente - explicou Mello.
Reciclagens irregulares são alvo de fiscalização
O comandante também destacou que reciclagens e depósitos clandestinos são os principais locais onde a Brigada Militar encontra grandes quantidades de fios furtados. Em muitos casos, os estabelecimentos não possuem alvará ou estrutura adequada para operar.
- Infelizmente, temos diversas reciclagens que nem possuem estrutura para funcionar. Por isso, trabalhamos diretamente com a Polícia Ambiental e com a Prefeitura para mapear esses locais e verificar documentação, funcionamento e possíveis outros delitos. Quando constatamos irregularidades, atuamos para encerrar as atividades e eliminar esses pontos de referência que recebem produtos de origem duvidosa - , afirmou.
Monitoramento por câmeras e apoio da comunidade
O trabalho de repressão é apoiado pelo sistema de monitoramento por câmeras instalado em Santa Maria. Segundo o comandante, o município conta com mais de mil câmeras, que auxiliam tanto na prevenção quanto na identificação dos responsáveis pelos crimes.
- Nós temos servidores que atuam diariamente com a Polícia Ambiental e o Ciosp, analisando imagens em tempo real e buscando elementos que auxiliem as equipes nas ruas - destacou Mello.
Além das operações e da tecnologia, o comandante reforçou o papel fundamental da comunidade no enfrentamento aos furtos.
- Precisamos que a população tenha responsabilidade conosco e denuncie. As informações anônimas são muito importantes. Quem souber de algum delito envolvendo furto de fios pode comunicar os órgãos de segurança pública pelo telefone 190. O Ciosp funciona 24 horas, e qualquer informação pode ser o ponto de partida para prender os responsáveis e evitar novos prejuízos - finaliza o comandante.